SalvadorPAR adotou metodologia internacional e já possui 18 programas em andamento e em fase de estudos
Para gerir uma grande quantidade de projetos, é preciso ter capacidade administrativa e metodologias de gestão que dão maior solidez ao desenvolvimento destas iniciativas. Essa é a percepção de Marcos Lessa, diretor-presidente da SalvadorPAR, que participou do painel “O Modelo de 5 Dimensões (M5D): desafios e oportunidades para o seu uso no Brasil”, na manhã do dia 27 de fevereiro, no evento P3C – Parceria Público Privada e Concessões, que acontece no Centro de Convenções Frei Caneca.
A empresa adota a metodologia M5D, desenvolvida no Reino Unido, para formular os projetos. Lessa destacou durante a palestra a importância dos processos de gestão bem definidos para a estruturação dos programas que, em âmbito municipal, costumam ser mais volumosos e impactar significativamente a vida do cidadão, já que influenciam em seu dia a dia. “É preciso ter capacidade de gerir 18 projetos ao mesmo tempo e em áreas distintas. Requer uma organização da prefeitura para que, durante a implementação, não haja pendências no meio do caminho e que, ao final, de fato favoreça a população”, disse.
A SalvadorPAR foi criada em 2022 para impulsionar o desenvolvimento da capital baiana por meio de projetos de infraestrutura. Com uma equipe de especialistas em PPP e concessões, vem estruturando programas que devem, nos próximos anos, atrair investimentos privados na ordem de R$ 2,1 bilhões. Lessa destacou o empenho da prefeitura que, há 13 anos, vem implementando novas leis que visam desburocratizar e facilitar a abertura e instalação de empresas na região. “As mudanças conferiram maior celeridade ao processo e o modelo vigente atual tem maior abertura para essa conversa com os investidores”, reforçou.
A SalvadorPAR possui sete programas em Manifestação de Investimento Privado (MIP) e outros 11 projetos que estão sendo estudados internamente. Entre eles, o executivo destacou a revitalização do Centro Histórico, que tem forte apelo cultural e turístico, mas que deve também ser ocupado pelos soteropolitanos para fins de moradia.
O Modelo de 5 Dimensões foi desenvolvido há 15 anos e tem por finalidade elaborar, avaliar e assegurar a decisão em projetos de investimentos. Apoia-se em cinco princípios de planejamento: a justificativa para a estratégia adotada; a viabilidade econômica, considerando o custo-benefício e o impacto na população; viabilidade comercial; viabilidade financeira, em que se considera os riscos avaliados; e a capacidade de entrega dos projetos.
Dados da Global Infrastructure Hub-based on Realfin Data, uma organização sem fins lucrativos criada pelo G20 para promover uma agenda de infraestrutura, aponta que, entre 2017 e 2022, houve o crescimento de 6% em aportes financeiros privados em países em desenvolvimento, ante 61% em países desenvolvidos. No Brasil, atualmente, foram mapeadas mais de 5 mil iniciativas em PPP e Concessões, sendo 68% municipais, 19% estaduais, 7% da União e 6% consórcios.
Fotos: Rodrigo Lopes/Divulgação
