A Bahia Farm Show, maior feira do agronegócio baiano e uma das mais relevantes do país, reuniu um público recorde de 111.377 visitantes, em Luís Eduardo Magalhães-BA, região mais produtiva do Oeste da Bahia. A edição de 2024 movimentou R$10,9 bilhões em negócios, um avanço de 32% em relação ao ano anterior.
Um dos destaques foi o painel Investimentos em Infraestrutura no Agronegócio, promovido pelo Instituto WP, em 12 de junho. O debate foi motivado pelo relato de produtores rurais sobre os desafios que enfrentam, no que se refere à infraestrutura para escoar a produção. “Um dos grandes pontos de atenção que temos é a logística do escoamento, então, o debate sobre ferrovias e hidrovias é muito importante. A região ainda está passando pelo desafio do crescimento e, à medida que cresce, demanda ainda mais disponibilidade de carga. É um dos desafios a serem superados”, pontuou o CEO do Instituto, Washington Pimentel.
Na oportunidade, Marcos Lessa, diretor-presidente da SalvadorPAR, apresentou a infraestrutura logística de Salvador como melhor opção para o agronegócio baiano. A solução se dá através do uso dos Portos de Salvador, Cotegipe e do Terminal Marítimo de Granéis, o que gera uma economia de 650km no percurso até o Sudeste para escoamento de carga oriunda do Oeste da Bahia. “A utilização destes Portos, que já estão prontos para atender a demanda, é uma alternativa sustentável e eficiente”, destaca Lessa.
As oportunidades existem. Atualmente, Salvador é ponto de chegada dos fertilizantes que abastecem o Oeste baiano, assegurando o suprimento da região e se beneficiam do frete de retorno para escoar a produção até a Baía de Todos os Santos. Além disso, apesar do estado ser o segundo maior produtor de algodão do Brasil, hoje apenas 4% do algodão que é produzido no Oeste é exportado pelo Porto de Salvador. Além dos três Portos, Salvador possui ainda áreas incentivadas para atividade logística como Barros Reis, Pirajá, Valéria e Paripe. Recentemente, foi inaugurado em Pirajá um novo completo logístico com mais de 40 mil m². E outro, nas mesmas medidas, na Barros Reis. Já em Valéria, dois projetos estão em andamento, um deles com 230 mil m² de galpão previstos em um condomínio logístico e outro projeto logístico/industrial será implantado em uma área de 5 milhões de m², que está em fase de estudos preliminares para implantação.
Veja aqui os incentivos do município de Salvador para o setor logístico
A evolução logística passa ainda por uma solução completa e definitiva para o corredor logístico do Oeste baiano até Salvador, através da operação da FIOL I e II e a ligação ferroviária de Brumado com a Baía de Todos os Santos. “Essa é uma forma de reduzir custos logísticos, o que vai favorecer a elevação da renda dos produtores”, defende Marcos. Atualmente, a operação é feita com a utilização do transporte rodoviário, pela BR-242. No próximo estágio, começa a migração para o modal ferroviário, pela FIOL I e II, até Brumado e, por via rodoviária, de Brumado até Salvador. No terceiro estágio, todo percurso ocorre pela ferrovia do Oeste até a Baía de todos os Santos.
Priscila Romano, diretora de Relações Institucionais da SalvadorPAR e mediadora do painel, destacou que estas novas formas de viabilidade para escoar a produção, através da conexão Oeste-Salvador, traz mais desenvolvimento econômico. “A região toda é beneficiada ao atrairmos inovação, tecnologia e investimentos”, conclui.
As particularidades de cada Porto:
Porto de Salvador
• Mais moderno terminal de contêineres do país
• Equipamentos avançados e a melhor eficiência operacional
• Habilitado para operar porta-contêineres Pós-Panamax, com 366m e capacidade de transporte para 12.500 TEU
Terminal Portuário de Cotegipe
• Opera com os grãos do Oeste baiano com capacidade para 10 milhões de toneladas por ano
• Em 2023, Cotegipe embarcou R$6 milhões de toneladas de soja produzido na região
Terminal Marítimo de Granéis
• Em fase de modernização, opera com a importação de fertilizantes